Audiência de PM do Maranhão acusado de matar sargento em Teresina é adiada

A audiência de instrução e julgamento do policial militar do Maranhão, Raimundo Linhares, marcada para esta sexta-feira (7), em Teresina, foi remarcada para o próximo dia 15 de dezembro.
Segundo a 2ª Vara do Tribunal do Júri, a alteração ocorreu devido à impossibilidade de comparecimento do promotor de justiça na audiência.
“Diante da impossibilidade de comparecimento a este ato por parte do promotor de justiça, o qual comprovou sua ausência, a MMª juíza remarcou a audiência de instrução e julgamento deste feito para as 11h30min do dia 15 de dezembro do corrente ano”, informou o tribunal.
O policial militar é acusado do homicídio do sargento da PM do Piauí, João de Deus. O crime ocorreu em novembro de 2024, no bairro Parque Sul, zona Sul de Teresina, após uma discussão motivada por uma vaga de estacionamento. O sargento foi atingido por disparos na cabeça, chegou a ser internado, mas não resistiu aos ferimentos.
Expectativa da acusação
Conforme o advogado Marcos Vinícius Brito, assistente de acusação no processo, a audiência tinha como objetivo colher os depoimentos das testemunhas e embasar a decisão da juíza sobre a pronúncia do réu, ou seja, se ele será levado a julgamento pelo Tribunal do Júri.
O advogado destacou que a expectativa é pela confirmação da denúncia do Ministério Público, que acusa o soldado maranhense de homicídio qualificado. “Nosso objetivo é que o juízo se pronuncie, confirme a denúncia e encaminhe o réu ao Tribunal do Júri, o juízo natural para esse tipo de crime”, afirmou.
Foto: Cidadeverde.com
Laudo Psicológico
Durante o processo, a juíza responsável determinou a realização de exame psicológico no acusado, a pedido da defesa. Segundo o advogado, a medida visa garantir o devido processo legal, sem prejuízo às partes.
“O Ministério Público e a assistência de acusação concordaram com o exame, justamente para evitar qualquer alegação de cerceamento de defesa. É um direito da defesa solicitar, e o laudo será produzido por perita nomeada pelo tribunal”, explicou.
O advogado também comentou sobre a alegação da defesa de que o crime teria ocorrido em legítima defesa, negando a versão. “A legítima defesa pressupõe uma agressão atual e iminente, o que não se aplica a este caso. Quem conhecia o sargento João de Deus sabe que ele era uma pessoa calma, disciplinada, com 35 anos de serviços prestados à Polícia Militar, sem nunca ter respondido a qualquer processo interno”, destacou.
A filha do sargento João de Deus, Sandra Teixeira, também comentou sobre o pedido de avaliação psicológica feito pela defesa de Raimundo Linhares. “A gente acredita que ele não tenha nenhum problema psicológico e, mesmo que tivesse, e mesmo que o laudo fosse positivo, isso não o torna incapaz de responder pelo crime que cometeu. Nós vemos isso como uma estratégia da defesa nos últimos meses”, afirmou.
O soldado Raimundo Linhares permanece em liberdade, mas, segundo o assistente de acusação, deverá ser submetido a conselho de disciplina na Polícia Militar do Maranhão.
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