Moradores de Baixa Grande do Ribeiro, a 690 km de Teresina, registraram chuva de granizo na terça-feira (18). A climatologista Sara Cardoso, da Universidade Federal do Piauí (UFPI), explicou que a ocorrência de granizo nas primeiras precipitações do período pré-chuvoso é comum e ocorre pela combinação de calor intenso com aumento da umidade atmosférica.
Segundo a especialista, essa interação favorece a formação de nuvens convectivas, que fazem o ar subir rapidamente para camadas mais altas da troposfera.
“Essa umidade sobe para as altas camadas da troposfera, se resfria muito rápido e, ao invés de precipitar água em estado líquido, tende a se tornar gelo”, detalhou.
Ela acrescenta que, por isso, as primeiras chuvas costumam vir acompanhadas de ventos fortes, relâmpagos, raios e até queda de granizo. “As primeiras chuvas têm tendência real de vir com ventos alterados, relâmpagos, raios e granizo”, afirmou.
Ela comparou o fenômeno a outros comuns no período seco. “Assim como é comum observar redemoinhos durante a estiagem, também são comuns episódios de granizo no início das chuvas”, explicou.
Foto: Reprodução/ Sara Cardoso
Sara Cardoso reforça que o processo de formação do granizo está ligado à dinâmica das nuvens convectivas.
“As chuvas convectivas fazem o ar subir para camadas médias e altas da troposfera e, ao se resfriar, ele se transforma em pedrinhas de gelo. O atrito entre essas pedrinhas explica a grande quantidade de relâmpagos e a energia presente nas nuvens”, destacou.
Ela ressaltou que nem toda nuvem formada nesse período produz granizo. “É mais comum nas primeiras chuvas, mas nem toda formação vai trazer granizo. Tudo depende da interação entre umidade e o calor intenso que estamos vivenciando”, finalizou.
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