Mãe é presa suspeita de mandar matar a filha para ficar com herança em Caruaru

Uma mulher foi presa na tarde de terça-feira (18), em Caruaru, no Agreste de Pernambuco, suspeita de mandar matar a própria filha para ficar com uma herança deixada pelo avô materno da vítima. O crime, segundo a Polícia Civil, foi executado pelo padrasto da jovem, que confessou a participação e apontou a companheira como mandante.
A vítima, Allani Rayanne Santos, 24 anos, foi encontrada morta na noite de segunda-feira (17), dentro de casa, com as mãos amarradas, múltiplos hematomas e marcas de tortura. Ela havia recebido uma herança que incluía dinheiro e três imóveis no litoral pernambucano, patrimônio que, segundo as investigações, teria motivado o assassinato.
De acordo com o delegado de Homicídios de Caruaru, Eric Costa, mãe e filha já mantinham um relacionamento conturbado, principalmente por questões financeiras. O recebimento da herança reacendeu conflitos entre as duas, levando, segundo a polícia, à decisão da mãe de planejar a morte da jovem para ficar com todos os bens. “Elas viviam em rusgas, principalmente relacionadas a dinheiro. A ganância por dinheiro fez a mãe cometer essa atrocidade”, afirmou o delegado.
Ainda segundo as investigações, o crime foi premeditado. O padrasto teria sido convencido a executar a jovem e, após receber o dinheiro, o casal pretendia vender os três imóveis herdados por Allani e deixar Pernambuco para “recomeçar a vida” em outro estado. “Eles teriam combinado que o crime seria praticado para conseguir a quantia que a vítima tinha depositada no banco e os três imóveis no litoral pernambucano. A intenção era vender tudo e sair do estado”, explicou Eric Costa.
O crime ocorreu na noite de domingo (16). O padrasto foi até a residência da jovem e, segundo a polícia, iniciou sessões de tortura para obrigá-la a transferir o dinheiro da herança para uma conta bancária ligada à mãe. Allani se recusou, o que, de acordo com o autor confesso, desencadeou a violência extrema.
A vítima foi espancada, esfaqueada e teve as mãos amarradas. O padrasto afirmou ter usado uma enxada de jardim e uma faca durante o assassinato, mas as armas ainda não foram localizadas.
O padrasto foi preso na manhã de terça-feira (18). Inicialmente, negou participação no crime, mas acabou confessando após ser confrontado com imagens e evidências coletadas pela equipe de investigação. “Ele prestou esclarecimentos e negou o crime. Mas, com o trabalho da polícia, mostrando as circunstâncias e os vídeos do local, ele confessou e imputou à mãe o papel de mandante”, relatou o delegado.
A mãe foi detida horas depois. Os nomes dos dois suspeitos não foram divulgados pela Polícia Civil.A mulher e o companheiro foram autuados por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima , e por tortura. Ambos serão encaminhados ao sistema prisional.
gp1




