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Recém-nascido resgatado vivo antes de sepultamento morre no Acre

Morreu na noite deste domingo (26) o recém-nascido que havia sido declarado morto por um hospital de Rio Branco, no Acre, mas foi descoberto vivo por familiares pouco antes do sepultamento.

A criança nasceu com prematuridade extrema, segundo a secretaria de Saúde do estado, e estava internada desde sábado (25).

O recém-nascido, de 24 semanas, estava sem sinais vitais após o parto normal, que ocorreu na noite de sexta-feira (24) na maternidade Bárbara Heliodora, em Rio Branco. O sepultamento foi preparado e ele estava sendo velado quando a família percebeu que estava vivo, 12 horas após a declaração de óbito.

Ele foi internado após a descoberta. Segundo a pasta da Saúde, o recém-nascido morreu “em decorrência de um quadro de choque séptico e sepse neonatal”.

A equipe médica responsável pela verificação do óbito foi afastada. O Ministério Público do Acre cobrou explicações à secretaria de Saúde.

“Todos os esforços possíveis foram realizados para garantir o melhor cuidado e suporte durante todo o período de internação. Reforçamos que, devido à prematuridade extrema do bebê, a transferência para outra unidade não chegou a ser cogitada pela equipe médica, diante do alto risco de agravamento do quadro”, diz nota assinada pela secretaria de Saúde e pela maternidade.

A Secretaria de Saúde afirma ter instaurado uma apuração interna para esclarecer os fatos.

Nesta segunda (27), a Polícia Civil do estado afirmou que investiga suspeita de negligência e não afasta hipótese de tipificar o caso como homicídio culposo, sem intenção de matar. Os agentes pontuam, no entanto, que a investigação está no início.

No sábado a polícia coletou o prontuário, ouviu depoimentos de familiares e agora tenta identificar quem teve acesso ao caso, para convocar novas testemunhas.

“São duas fases: [saber] se os protocolos foram cumpridos e a questão da causa da morte, especialmente depois das 12 horas em que essa criança ficou no necrotério, dada como morta”, afirmou o delegado Alcino Sousa Júnior.

O Ministério Público do Estado do Acre enviou um ofício neste sábado (25) à Secretaria de Estado de Saúde e à Maternidade Bárbara Heliodora requisitando informações sobre o caso.

A Promotoria disse que atua para “garantir que todas as circunstâncias sejam devidamente esclarecidas, bem como para apurar responsabilidades e adotar as medidas cabíveis”.

Ítalo Maia, diretor do IML (Instituto Médico Legal) de Rio Branco, afirmou que o caso tem características similares às da “síndrome de Lázaro”, fenômeno biológico de autorressuscitação, considerado raro. O diretor disse, contudo, que ainda é cedo para a investigação apontar o diagnóstico do que ocorreu.

“A síndrome de Lázaro tem algumas especificações que se enquadram nesse relato médico. Ela ocorre em situações em que pessoas acabam de ser reanimadas. Ela passa por um procedimento de reanimação, é declarada morta, mas minutos depois pode fazer, digamos, uma autorressuscitação. Esses sinais vitais podem ser num nível tão discreto que, às vezes, pode não ser percebido”, afirmou.

“Mas é um caso de prematuro extremo. Mesmo a criança tendo recebido assistência, o risco de óbito é muito grande.”

cidadeverde

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