Pobreza atinge 37,3% da população piauiense, aponta IBGE

O Piauí registrou em 2024 a menor taxa de pobreza da sua série histórica, segundo dados da Síntese de Indicadores Sociais (SIS), do IBGE. A proporção da população em situação de pobreza ficou em 37,3%, uma queda de 7,9 pontos percentuais em comparação com 2023, quando o índice havia alcançado 45,2%. O levantamento mostra ainda que, considerando o início da série em 2012, quando 55,6% dos piauienses viviam nessa condição, o estado acumulou redução de 18,3 pontos percentuais ao longo de doze anos.
Os dados revelam que, em números absolutos, cerca de 1,78 milhão de pessoas estavam em situação de pobreza no Piauí em 2012. Em 2024, esse contingente caiu para aproximadamente 1,26 milhão, o que representa uma redução de cerca de 524 mil pessoas ao longo do período analisado. O estudo utiliza indicadores socioeconômicos com o objetivo de oferecer subsídios às instâncias governamentais na formulação de políticas públicas voltadas para a melhoria das condições de vida da população.
O levantamento aponta que programas sociais desempenham papel importante no rendimento das famílias, contribuindo para alterar sua condição socioeconômica. Entre esses benefícios estão o Bolsa Família, o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e o Auxílio Emergencial. Ao considerar o impacto desses programas, o percentual de piauienses em situação de pobreza manteve-se em 37,3% em 2024. Sem os benefícios, a taxa teria alcançado 47,1%, quase dez pontos percentuais acima do observado.
A comparação nacional mostra que o efeito dos programas sociais também é significativo. No Brasil, a taxa de pobreza em 2024 foi de 23,1% quando considerados os benefícios, tornando-se o menor valor da série iniciada em 2012. Sem os programas, o índice nacional teria subido para 28,7%. Entre os estados, Acre (45,9%), Maranhão (45,8%) e Ceará (43,3%) apresentaram as maiores proporções de pessoas em situação de pobreza, enquanto Santa Catarina (8,0%), Rio Grande do Sul (11,1%) e Mato Grosso (13,1%) registraram os menores percentuais. O Piauí ocupou a décima posição entre os estados com maiores índices.
A definição de pobreza usada pelo levantamento considera pessoas vivendo com rendimento domiciliar per capita inferior a R$ 694 por mês, valor equivalente a US$ 6,85 por dia com base nos parâmetros do Banco Mundial. Os cálculos utilizam o conceito de Paridade do Poder de Compra (PPC), que ajusta as comparações internacionais e não corresponde às taxas de câmbio comuns do mercado. Essa metodologia permite medir o poder real de compra da renda das famílias e estabelecer uma linha de pobreza compatível entre diferentes países.




