PF adquire ferramenta para quebrar criptografia em aparelhos da Apple

Um estudo técnico elaborado pela Ditec aponta que a PF tem “encontrado dificuldades” para realizar perícias em pelo menos 16 modelos da Apple que possuem o chip T2, devido à desatualização dos softwares utilizados pela corporação. Entre os dispositivos citados estão iMac, iMac Pro, Mac, Mac Mini, MacBook Air e MacBook Pro, todos fabricados entre 2018 e 2020. O chip T2 é um co-processador integrado aos aparelhos e responsável por recursos de segurança, como armazenamento criptografado de dados, Touch ID e inicialização protegida por senha a partir de um sistema operacional confiável.
Os dispositivos citados pela Ditec são o iMac, o iMac Pro, Mac, Mac Mini, o MacBook Air e o MacBook Pro, todos com fabricação entre os anos de 2018 e 2020. O chip T2 é um co-processador embutido nos aparelhos que adiciona recursos de segurança como o armazenamento criptografado de dados, Touch ID e a inicialização por senha a partir de um sistema operacional confiável.
“Através do acompanhamento da casuística de exames técnicos realizados nessa unidade, bem como nas unidades de Criminalística descentralizadas da DITEC/PF é que foram identificadas dificuldades na realização de exames periciais em computadores e notebooks da marca Apple, pelo uso de chip intrínseco no hardware destes equipamentos (denominado chip T2), associado à implementação de segurança criptográfica”, afirma o documento.
“Através do acompanhamento da casuística de exames técnicos realizados nesta unidade, bem como nas unidades de Criminalística descentralizadas da Ditec/PF, foram identificadas dificuldades na realização de perícias em computadores e notebooks da Apple devido ao uso desse chip intrínseco no hardware, associado à implementação de segurança criptográfica”, afirma o documento.
A PF dispõe hoje de dois laboratórios com licenças para softwares destinados à quebra de senhas: o Laboratório de Criptoanálise da Ditec e o Laboratório de Criminalística da Superintendência da PF no Paraná. As licenças, adquiridas em 2018, perderam a validade em 2024.
“Atualmente, a criminalística da Polícia Federal não consegue atender demandas envolvendo criptoanálise de sistemas Apple com chip T2. Nesse sentido, este Serviço de Perícias em Informática considera fundamental, para a continuidade das atividades do Laboratório de Criptoanálise e o aprimoramento dos trabalhos, a renovação da suíte de software utilizada e a contratação adicional do módulo funcional que permitirá ataques de quebra de senha aos sistemas da Apple com chip T2”, diz o estudo técnico.
“O resultado esperado é a ampliação das atividades do Laboratório de Criptoanálise frente às demandas da Criminalística e a otimização dos exames periciais, com a possibilidade de acesso a sistemas Apple com criptografia, caso o processo de quebra de senha seja bem-sucedido”, aponta o documento.
As licenças adquiridas pela PF terão validade de 60 meses e poderão ser utilizadas simultaneamente em 20 computadores. “O surgimento e o emprego de ferramentas tecnológicas capazes de restringir o alcance e a eficácia da capacidade investigatória da Polícia Federal exigem atualização tecnológica constante do ferramental disponível para investigações criminais”, ressalta a Ditec.
“Entre os obstáculos enfrentados na investigação criminal contemporânea destaca-se o uso de sistemas e meios de comunicação criptografados, muitas vezes empregados como anteparo para a prática delituosa, dificultando a colheita probatória e favorecendo a destruição de eventuais provas”, conclui o texto.
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