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No Piauí, Consórcio Nordeste aprova R$ 113 bilhões para 189 projetos industriais

A Assembleia Geral do Consórcio Nordeste que acontece nesta segunda-feira (1º) em Teresina, reunindo os governadores, vices-governadores, representantes da região e dirigentes das principais instituições de financiamento do país, anunciou os resultados finais da Chamada Nordeste, considerada o maior movimento de fomento à industrialização já realizado na região.

O crédito faz parte de um ação conjunta entre Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, BNDES, Finep, Sudene e Banco do Nordeste, além da articulação com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI).

Segundo o governador Rafael Fonteles, o esforço concentrado revelou o potencial reprimido da região.

“Foram apenas cinco setores escolhidos e já alcançamos um volume extraordinário de projetos. Isso prova que, quando existe um olhar específico para o Nordeste, os investimentos aparecem”, destacou.

A Chamada Nordeste recebeu 246 propostas, totalizando R$ 127,8 bilhões em demanda de crédito, volume quase 13 vezes maior que o inicialmente previsto pelas instituições financeiras.

Após análise, 189 projetos foram selecionados, somando R$ 113 bilhões em financiamentos destinados aos cinco setores prioritários: Energia renovável; Descarbonização; Bioeconomia; Data centers e Indústria automotiva.

Corrigindo desequilíbrio

O Piauí enviou 17 propostas, que juntas somam R$ 11 bilhões em investimentos. A Bahia liderou o número de projetos aprovados, com 61 iniciativas. Rafael Fonteles lembrou ainda a disparidade histórica no acesso a financiamentos.

“Apesar de o Nordeste representar 14% do PIB brasileiro, menos de 10% do crédito industrial era direcionado à região. Agora, estamos corrigindo esse desequilíbrio”, afirmou o governador.

Foto: Renato Andrade/Cidadeverde.com

A diretora do BNDES, Maria Fernanda Coelho, classificou o resultado como o maior investimento industrial da história recente do Consórcio Nordeste. Segundo ela, 74% das propostas aprovadas foram apresentadas por micro, pequenas e médias empresas, evidenciando um forte ambiente de inovação.

“Não foram apenas as grandes empresas. Tivemos uma mobilização intensa do setor produtivo regional, com destaque para os pequenos negócios”, disse Maria Fernanda Coelho.

O superintendente da Sudene, Francisco Alexandre, destacou a união institucional.

“Mostramos que nossa região tem projeto, tem missão e quer crescer. A articulação entre governadores, Sudene e o Consórcio permite transformar essa energia em desenvolvimento real”, pontuou o gestor da Sudene.

Rafael Fonteles, deixa a presidência do Consórcio Nordeste até o fim do ano e ressaltou a importância do financiamento.

“Saio da presidência satisfeito, principalmente por ter contribuído para o maior financiamento industrial da história do Nordeste brasileiro. Estamos abrindo uma nova etapa para a neoindustrialização e para o desenvolvimento sustentável da nossa região”, concluiu o governador do Piauí.

Governadores avaliam importância do Consórcio Nordeste 

A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, ressaltou os interesses nordestinos em comum dos estados nordestinos e o protagonismo trazido a partir da criação do consórcio.

“Um protagonismo muito importante que as ações dos governadores do Nordeste trazem para essa região. Nós temos muita coisa em comum do ponto de vista do desenvolvimento com sustentabilidade, para geração de empregos, para melhoria da renda do nosso povo. Estamos falando de uma região que é a segunda maior em densidade populacional do Brasil: são mais de 55 milhões de habitantes. É uma região que hoje tem o maior potencial de ativos naturais para responder à agenda contemporânea mais desafiadora dos nossos tempos, que é a mudança climática, a descarbonização do planeta, dentro desse contexto da transição energética. Uma coisa é cada estado lutar isoladamente, outra coisa são nove estados mostrando unidade política e unidade na ação, buscando fazer avançar o desenvolvimento do Nordeste”.

Jerônimo Rodrigues, governador da Bahia, ressaltou que investimentos desse porte não foram disponibilizados anteriormente por falta de visibilidade das potencialidades do Nordeste.

“Nós temos um dado importante. A expectativa era de 10 ou 11 bilhões, que foi apresentado, mas ultrapassamos isso em 10 vezes, chegamos a 113 bilhões em projetos na área estratégica de desenvolvimento do Nordeste, como energia e bioeconomia, áreas em que o Nordeste é tão forte. Isso demonstra que o problema dito no passado, de que o sol era um problema, de que nossas energias dificultavam o desenvolvimento, não é verdade. O que faltou foi um olhar sobre o potencial que o Nordeste tem, e o Consórcio Nordeste vem ajudando nisso. Tenho certeza de que nossa próxima etapa é fazer com que esses projetos se concretizem e possamos dar apoio para que avancem, e, naturalmente, buscar outros”.

cidadeverde

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