Morre Lindomar Castilho, cantor conhecido como ‘Rei do Bolero’
O cantor Lindomar Castilho, ícone da música brega brasileira, morreu aos 85 anos neste sábado (20). A confirmação veio por meio de uma postagem nas redes sociais de sua filha, Lili De Grammont.

Castilho, que alcançou o auge da popularidade na década de 1970, era amplamente conhecido pelo título de “Rei do Bolero”, mas teve sua carreira e vida pública marcadas por um crime que chocou o Brasil em 1981.
Ele se consolidou como um dos artistas mais renomados do gênero brega e bolero no país. Durante os anos 70, sua voz e estilo o tornaram uma figura central na música popular, acumulando sucessos que o mantiveram no topo das paradas da época, como “Você É Doida Demais” e “Entre Tapas E Beijos”.
No entanto, a visibilidade artística passou a dividir espaço com as crônicas policiais após eventos ocorridos no início dos anos 80.
O crime e o julgamento histórico
Em 1981, Lindomar Castilho assassinou a tiros sua ex-esposa, a também cantora Eliane de Grammont. O crime aconteceu no Café Belle Époque, em São Paulo, no momento em que Eliane se apresentava acompanhada pelo violonista Carlos Randall. O cantor entrou no estabelecimento e efetuou cinco disparos contra a vítima.
Relatos do processo judicial indicam que o crime foi motivado por ciúme e agravado pelo alcoolismo do cantor. O julgamento, realizado em 1984 no Salão do Júri do Palácio da Justiça, contou com nomes consagrados do Direito brasileiro, como o advogado de defesa Waldir Troncoso Peres e o assistente de acusação Márcio Thomaz Bastos, que viria a ser Ministro da Justiça entre 2003 e 2007.
O caso é considerado pelo TJSP (Tribunal de Justiça de São Paulo) como um dos processos históricos que traçam o retrato da sociedade daquela época.

Manifestação da família e legado
A causa oficial da morte não foi detalhada na postagem de Lili De Grammont.
Em seu texto de despedida, a filha do cantor discorreu sobre a complexidade da relação entre os dois, mencionando o conceito de perdão e desejando que a alma do pai encontre cura.
Ela descreveu a existência humana como uma passagem curta e enfatizou a busca pela felicidade e pela “luz” interior.
Fonte: CNN Brasil




