Mais de 100 cidades do Piauí não possuem gestão de segurança alimentar, diz IBGE

Quase metade das prefeituras do Piauí ainda não possui estrutura administrativa responsável por políticas de segurança alimentar e nutricional, aponta a Pesquisa de Informações Básicas Municipais (MUNIC) 2024, divulgada nesta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O levantamento mostra que 106 municípios piauienses, o equivalente a 47,32%, não têm órgão gestor voltado ao tema.
Conforme a pesquisa, o índice coloca o Piauí com a segunda maior proporção do Nordeste, atrás apenas de Alagoas (52,94%). A taxa piauiense também supera a de estados vizinhos, como Maranhão (18,89%) e Ceará (14,13%), entre as menores do país. No cenário nacional, a média é de 48,8% das prefeituras sem órgão dedicado à segurança alimentar.
Entre os 118 municípios piauienses (52,68%) que possuem alguma estrutura administrativa, nenhum conta com secretaria exclusiva para tratar do tema. Em 110 cidades (49,1%), o setor é subordinado a outras secretarias; em sete (3,12%), está vinculado a pastas que atuam de forma conjunta; e em uma (0,48%), responde diretamente à chefia do Executivo.
Ainda segundo o IBGE, nos municípios que mantêm órgãos voltados à segurança alimentar, o tema costuma estar vinculado a diferentes áreas de gestão. São 82 municípios ligados à Assistência Social, 40 à Educação, 23 à Agricultura e Desenvolvimento Rural, 19 à Saúde e poucos a pastas de Planejamento e Direitos Humanos.
Foto: Geirlys Silva / SAF

Panorama nacional
No Brasil, 50,7% dos municípios possuem estrutura administrativa voltada à política de segurança alimentar. Desses, 1,15% têm secretaria exclusiva, e 44,16% mantêm setores subordinados a outras secretarias.
Nos estados, a Pesquisa de Informações Básicas Estaduais (ESTADIC) 2024 aponta que todas as unidades da federação, com exceção de Rondônia, contam com alguma estrutura voltada à segurança alimentar. Apenas um estado possui secretaria exclusiva, enquanto os demais integram o tema a outras pastas.
As áreas que mais compartilham a responsabilidade pela segurança alimentar nos estados são Assistência Social (22 unidades), Direitos Humanos (9), Agricultura e Desenvolvimento Rural (6) e Trabalho e Empreendedorismo (5).
A segurança alimentar é considerada um direito fundamental garantido pela Constituição Federal, essencial à dignidade da pessoa humana. A ausência de órgãos gestores específicos, segundo o IBGE, pode comprometer a efetividade das políticas públicas voltadas à redução da fome e da desnutrição no país.
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