Imprensa internacional destaca início da pena de Bolsonaro

O início do cumprimento da pena do ex-presidente Jair Bolsonaro, nesta terça-feira (25), por crimes ligados à tentativa de golpe de Estado, ganhou destaque em alguns dos principais veículos de imprensa do mundo
Jornais norte-americanos e europeus repercutiram a decisão e analisaram seus impactos na política brasileira.
The Guardian
O jornal britânico ressaltou que Bolsonaro ficará em uma cela de apenas 12 metros quadrados na sede da Polícia Federal em Brasília.
A publicação também mencionou o que chamou de “aniquilação da democracia brasileira”, expressão usada no texto para contextualizar o julgamento e a condenação do ex-presidente.

The New York Times
O periódico norte-americano publicou reportagem descrevendo a condenação como resultado de uma “conspiração golpista”. O jornal destacou as justificativas dadas por Bolsonaro durante o processo, mencionando episódios de “alucinação” e “paranoia” associados à tentativa de violar a tornozeleira eletrônica.

Bloomberg
A agência de notícias deu destaque ao caso em sua editoria voltada para a América Latina, com chamada na capa do portal acessível no Brasil. A reportagem enfatiza as repercussões econômicas e políticas da prisão de Bolsonaro, especialmente no cenário institucional e nos mercados.

El País
O jornal espanhol destacou os problemas de saúde de Bolsonaro e chamou a condenação de “complô golpista contra Lula”

Clarín
Na América Latina, o jornal argentino destacou que Bolsonaro estava em prisão domiciliar por “descumprir as medidas cautelares”

Fim de processo e pena por tentativa de golpe
Nesta terça-feira (25), o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou trânsito em julgado para Jair Bolsonaro (PL). A decisão também inclui os demais réus do núcleo 1 envolvidos na tentativa de golpe de Estado.
Moraes já tinha margem jurídica para determinar o cumprimento definitivo da pena do ex-presidente, condenado em setembro a 27 anos e 3 meses de prisão por liderar uma tentativa de golpe de Estado em 2022.
Na segunda (24), os advogados do ex-presidente decidiram não entrar com novos embargos de declaração, que apontam contradições ou omissões no julgamento.
No entanto, a defesa de Jair Bolsonaro iria entrar com embargos infringentes no STF até o fim desta semana. A informação foi confirmada ao SBT News pelo advogado Celso Vilardi. Esses recursos só cabem em processos em que há dois votos divergentes, o que não ocorreu no caso de Bolsonaro e dos outros réus do núcleo 1.
Dessa forma, Moraes poderia decretar trânsito em julgado (quando não há mais possibilidade de recursos) e determinar cumprimento da pena antes da defesa apresentar os embargos infringentes ou rejeitar esses embargos.
Alexandre Ramagem, Anderson Torres e Jair Bolsonaro são os réus que não apresentaram os segundos embargos de declaração (tipo de recurso), cujo prazo terminou nesta segunda (24). Agora, Moraes tem que decretar o início da pena. Em seguida, os condenados serão levados aos locais de detenção, que serão definidos também pelo magistrado.
Réus:
- Almir Garnier, ex-comandante da Marinha
- Augusto Heleno, ex-chefe do GSI
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça
- Alexandre Ramagem (PL-RJ), deputado federal
- Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa
- Walter Braga Netto, general e ex-ministro
- Mauro Cid, ex-ajudante de ordens (delator; cumpre pena domiciliar de 2 anos)
Onde cumprem pena:
- Bolsonaro: Superintendência da PF
- Anderson Torres: 19º Batalhão de Polícia Militar (Papudinha)
- Almir Garnier: Estação Rádio da Marinha
- Augusto Heleno: Comando Militar do Planalto
- Paulo Sérgio: Comando Militar do Planalto
- Ramagem: foragido, vai para o Banco Nacional do Monitoramento de Prisões
- Braga Netto: Comando da 1ª Divisão de Exército/RJ
Bolsonaro preso
Bolsonaro – que está preso preventivamente desde sábado (22) no âmbito de outra ação – foi condenado a 27 anos e 3 meses de detenção por tentativa de golpe e outros quatro crimes: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.
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