O governador do Piauí, Rafael Fonteles, afirmou que 89% das metas assumidas durante a campanha eleitoral já foram cumpridas nos três primeiros anos de mandato. A avaliação foi apresentada em entrevista concedida ao Jornal do Piauí nesta segunda-feira (22), quando o chefe do Executivo estadual também detalhou os compromissos que deverão ser concluídos até 2026.
Segundo o governador, o planejamento definido a partir das promessas feitas à população segue como eixo central da administração estadual. Ao todo, foram 178 compromissos assumidos em áreas como saúde, educação, segurança pública, infraestrutura e desenvolvimento econômico, dos quais mais de 160 já foram concluídos até o fim de 2025.
“Nós reafirmamos essa posição de que o planejamento que nós fizemos a partir dos compromissos assumidos no debate público eleitoral junto à população é a regra que guia toda a nossa administração. Isso se reflete nos números. Foram 178 compromissos assumidos nas mais diversas áreas e nós chegamos ao final de 2025, portanto três anos dos quatro anos do mandato, com mais de 160 desses compromissos já concluídos”, afirmou.
Rafael Fonteles explicou que o balanço detalhado será apresentado oficialmente na mensagem anual encaminhada à Assembleia Legislativa do Estado, prevista para o início de fevereiro. Ele também projetou metas que devem ser finalizadas até o último ano de mandato. Entre elas está a nomeação de quatro mil novos profissionais para as forças de segurança pública. De acordo com ele, mais de três mil nomeações já foram realizadas e a meta deverá ser alcançada com a continuidade dos concursos.
Outra meta citada foi a geração de 80 mil novas oportunidades de trabalho no estado. Rafael Fonteles afirmou que o governo atua como indutor da economia, criando condições para o crescimento do setor produtivo.
“Nós ousamos colocar uma meta que não depende apenas do governo, porque os empregos são gerados pelo setor produtivo. Mas quando o governo funciona bem, investe em infraestrutura, melhora o ambiente de negócios e o acesso ao crédito, mais empreendimentos surgem. Devemos superar 60 mil novos empregos gerados neste ano e atingir os 80 mil até o final do ano que vem”, concluiu.
Combate a crimes e facções
O governador reforçou os concursos e as recentes convocações que buscam aumentar os efetivos da Polícia Civil e da Polícia Militar, além da importância da integração das forças de segurança.
Foto: Renato Andrade/Cidadeverde.com
“É claro que o Poder Judiciário, o Ministério Público, o Ministério da Justiça, as guardas civis municipais, todos podem contribuir para a política de segurança pública. Por isso que a principal determinação que eu dei ao secretário Chico Lucas foi exatamente no intuito da integração das forças de segurança entre si e delas com as outras instituições. E é por isso que o Estado do Piauí tem conseguido reduzir substancialmente a violência. O número de homicídios, por exemplo, na capital, reduziu mais de 50% em relação a 2022. Reduziu mais de 30% o número de roubo e furto de celulares, por exemplo. São provas inequívocas de que a política de segurança pública tem funcionado aqui no Estado do Piauí”, afirmou.
Ele defendeu ainda a aprovação da PEC da Segurança Pública. “Se a União é quem tem mais recursos, ela fica com 65% do bolo tributário nacional, da arrecadação total de impostos do país. Então, é claro que ela pode ajudar com financiamento. É como aconteceu com o Fundeb, como aconteceu com o SUS. Na hora que constitucionalizar o fundo e o sistema, nós certamente teremos mais recursos da União para financiar os estados e municípios no combate ao crime”, destacou.
Sobre a atuação de facções, o chefe do Executivo estadual reforçou o endurecimento das leis. “Nós propusemos um conjunto de dez leis, a Assembleia aprovou, eu sancionei e essas leis já ajudaram no combate ao crime organizado, para exatamente fechar algumas brechas que tínhamos na legislação, que muitas vezes permitiam prender o criminoso, mas ele conseguia, com base nessas brechas, ser solto, sem mesmo ter sido julgado. Agora, claro, é a legislação federal que vai ter mais poder para esse endurecimento do combate ao crime organizado. O Piauí, repito, tem feito a sua parte e não é à toa que nós temos reduzido o número de homicídios sem aumentar a letalidade policial. O Piauí é um dos estados que têm menor violência policial no Brasil e, ao mesmo tempo, é o estado com menor número de homicídios no Norte e Nordeste brasileiros”, disse.
Infraestrutura
O governador Rafael Fonteles também falou sobre os investimentos em infraestrutura, citando como exemplo as rodovias estaduais, que devem contribuir para o escoamento dos grãos produzidos no estado.
“Quando você tem a infraestrutura adequada, facilita a decisão de investimentos por parte dos empreendedores. Então, quando você faz uma estrada nova em uma região produtora de grãos, isso facilita o investimento de agroindústrias naquela região. Por isso, nós dedicamos muitos recursos à infraestrutura. No primeiro momento, à infraestrutura rodoviária. Nós investimos mais de R$ 3 bilhões em infraestrutura rodoviária. Temos hoje a melhor malha rodoviária do Norte e Nordeste do Brasil e uma das melhores do país. São mais de 90% dos quase 9 mil quilômetros de rodovias estaduais asfaltadas em condições boas ou ótimas. Onde estiver, haverá a constatação de boas rodovias, cada vez melhor sinalizadas. Esse é um investimento em infraestrutura que salta aos olhos da nossa administração. Mas queremos mais do que isso”, declarou.
Ele reforçou que outros investimentos também estão em andamento. “Queremos investimento em outros modais. Por exemplo, o VLT de Teresina, que agora é tarifa zero. O Porto Piauí. A hidrovia, que agora conta com recursos para retomar a navegabilidade do Rio Parnaíba. A Ferrovia Transnordestina. Todos são elementos de logística extremamente importantes, para não dependermos apenas das rodovias. Além disso, temos o esforço para universalizar água e esgoto. São exemplos concretos de investimentos em infraestrutura que vão gerar mais empreendimentos, mais empregos, mais renda, mais competitividade e mais desenvolvimento para o Estado do Piauí”, disse.
Foto: Renato Andrade/Cidadeverde.com
Operações de crédito
Durante a entrevista, o governador afirmou que as operações de crédito visam a ampliação dos investimentos no estado e na redução do custo financeiro da dívida pública. “As operações todas elas são para investimentos. É muito normal você renegociar operações em condições melhores para diminuir o serviço da dívida, o pagamento de juros. Se eu posso trocar uma dívida cara por uma barata, isso é extremamente salutar para a saúde financeira do Estado”, disse.
Combate ao analfabetismo
Ao elencar os avanços na área da educação, Fonteles destacou que uma das prioridades da sua gestão é a ampliação do acesso e a qualidade do ensino para crianças e jovens, sem deixar de lado aqueles que não tiveram oportunidade de estudar. “Nós não podemos deixar ninguém para trás. A gente tem que cuidar das crianças e jovens que estão em idade escolar, fazendo o melhor ensino possível”, declarou.
Apesar disso, o governador pontuou que o Piauí ainda convive com um problema histórico relacionado ao analfabetismo adulto. “Nós temos feito um esforço para aproveitar essa mesma estrutura excelente que está virando cada escola estadual de tempo integral. No turno da noite, ela faz educação de jovens e adultos, inclusive a parte da alfabetização”, destacou.
Durante a entrevista, o gestor pontuou diversas ações que estão sendo desenvolvidas para combater o analfabetismo, como o programa Alfabetiza Piauí e avaliou como viável a redução dos índices a curto prazo.
“Nós já experimentamos a maior redução de analfabetismo do país. Deixamos de ser o último lugar, ganhamos uma posição e deveremos ganhar outras nos próximos anos. Se nós atingirmos a meta de 100 mil alfabetizados e depois mais 100 mil, nós estaremos melhor inclusive do que a média do Nordeste. Essa é uma meta exequível para três ou quatro anos”, concluiu.
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