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Fim do Banco Master afetará 12,4 milhões de clientes e 515 trabalhadores, afirma sindicato

A liquidação do Banco Master, decretada pelo Banco Central do Brasil (BC), deve impactar 12,4 milhões de clientes e 515 trabalhadores, segundo levantamento divulgado nesta quarta-feira (19) pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. A entidade afirma que, até o momento, não recebeu qualquer comunicação formal da instituição financeira sobre o encerramento das operações.

O sindicato também demonstra preocupação com possíveis efeitos indiretos sobre o Will Bank, que emprega 756 pessoas. “Consideramos que eventuais desdobramentos envolvendo o Banco Master podem repercutir nas operações da instituição”, informou a entidade em nota.

Foto: Marcelo Casal Jr./Agência BrasilPrédio do Banco Central, em Brasília; órgão decretou a liquidação do Banco Master.

Prédio do Banco Central, em Brasília; órgão decretou a liquidação do Banco Master.

Ofertas de investimento acima do mercado chamaram atenção

O Banco Master atraía investidores ao oferecer rendimentos significativamente superiores aos praticados pela concorrência. No caso dos CDBs (Certificados de Depósito Bancário), a instituição prometia retorno de 140% do CDI, enquanto a média oferecida por outros bancos gira em torno de 100%.

A Polícia Federal, durante a Operação Compliance Zero, revelou informações que podem explicar tais ofertas agressivas. As diligências investigam a fabricação de carteiras de crédito insubsistentes por uma instituição financeira, títulos que teriam sido vendidos a outro banco e, após fiscalização do BC, substituídos por ativos sem avaliação técnica adequada.

Crise financeira e investigações culminaram na queda

A liquidação foi decretada pelo Banco Central devido à deterioração financeira da empresa. A situação do Master já levantava suspeitas desde 2022. Em sua trajetória, iniciada em 1974 sob o nome Máxima Corretora, o banco enfrentava questionamentos sobre a saúde financeira nos últimos anos. Duas instituições chegaram a manifestar interesse em comprar o banco, o Banco de Brasília (BRB) e o grupo Fictor, mas as negociações não avançaram.

Paralelamente, a operação da Polícia Federal estima que o esquema envolvendo carteiras de crédito fraudulentas possa ter movimentado R$ 12 bilhões. A PF prendeu o presidente do Master, Ricardo Vorcaro, e apreendeu o jatinho particular que ele usaria para viajar a Dubai, onde, segundo a defesa, tentaria vender o banco. A aeronave é avaliada em R$ 200 milhões.

Investidores que possuem CDBs do Master no valor de até R$ 250 mil terão seus recursos ressarcidos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Já aqueles com aportes superiores a esse limite entrarão na lista de credores, seguindo os trâmites previstos na legislação.
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