Coração digital do Piauí barra quase 8 milhões de ataques cibernéticos por ano

Por dia, milhões de piauienses acessam os sistemas do Governo do Piauí para serviços que vão desde a impressão de um boletim escolar, emissão de carteira de habilitação até atendimentos de saúde. Por trás dessa rede de dados e informações, há uma estrutura complexa de cibersegurança que protege o Data Center estadual, localizado na sede da Empresa de Tecnologia da Informação do Piauí (ETIPI). O centro opera com autenticação biométrica e camadas de defesa que bloqueiam cerca de oito milhões de tentativas de ataque por ano de hackers de todo mundo, principalmente da Ásia e do Estados Unidos.
O Cidadeverde.com teve acesso ao coração da cibersegurança do Piauí e traz os detalhes da rede de proteção de dados. O bunker da segurança digital fica no centro administrativo e abriga cerca de 30 servidores que atuam diariamente em protocolos de proteção
O gerente de cibersegurança da ETIPI, Cristiano Altino, explica que o sistema trabalha em níveis de resposta, variando desde o atendimento inicial até o combate imediato a ataques.
“A equipe é dividida em níveis. O primeiro faz o atendimento ao usuário e a triagem inicial, o segundo atua de forma mais técnica, e o terceiro é composto por especialistas que entram em ação quando há necessidade de resolver de forma urgente um ataque real”, detalha.
Segundo ele, a intensidade das tentativas é alta e constante. “Chegamos a registrar picos de mil tentativas diárias, com origem em várias partes do mundo, principalmente da Ásia, dos Estados Unidos e também do Brasil. O objetivo desses ataques é, na maioria das vezes, roubar dados sigilosos ou danificar a imagem institucional”, explica o gerente.
Foto: Renato Andrade/Cidadeverde.com
O Data Center é um ambiente crítico, projetado para abrigar servidores, equipamentos de processamento e armazenamento de dados, além de sistemas de rede. Com as últimas aquisições, o espaço ganhou 100 fitas de backup, 480 terabytes adicionais e um novo servidor de suporte. A estrutura conta com geradores próprios, redundância de internet e sistemas de proteção contra incêndios e danos que suportam uma temperatura externa de até 1000 graus no cofre principal.
De acordo com o diretor-presidente da ETIPI, Ellen Gera, o centro é essencial para o funcionamento digital do Estado.
“As plataformas do governo, sejam de segurança, saúde, trânsito ou administração, rodam sobre tecnologias suportadas pela ETIPI. Trabalhamos para garantir que esses sistemas tenham alta disponibilidade, porque não adianta o governo se digitalizar se o cidadão não consegue acessar os serviços quando precisa”, afirma.
Ele destaca ainda que o modelo híbrido do Data Center combina infraestrutura própria e tecnologias em nuvem.
“O governo faz uso de tecnologia de ponta instalada aqui e também de soluções em nuvem, garantindo segurança e estabilidade tanto para os servidores públicos quanto para os cidadãos”, completa.
Ellen Gera também destacou o papel da inteligência artificial nas novas soluções desenvolvidas.
“O governador Rafael Fonteles trouxe essa pauta como central. Hoje o Estado tem uma Secretaria de Inteligência Artificial e um projeto de soberania tecnológica, com infraestrutura mantida pela ETIPI. O Boletim de Ocorrência Fácil, por exemplo, já utiliza inteligência artificial para atender o cidadão pelo WhatsApp, agilizando o serviço e ampliando o acesso”, explicou.
O Data Center da ETIPI foi reconhecido pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e certificado como Padrão NBR 15.247, sendo um dos mais modernos do país na administração pública.
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