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Brasil volta aos trilhos da redução da pobreza, afirma ministro Wellington Dias

O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, afirmou nesta terça-feira (4), em Doha, que o Brasil voltou ao caminho da redução da pobreza e da desigualdade social com políticas públicas estruturantes e integradas. A declaração foi feita durante o debate “Brasil de volta aos trilhos: indicadores sociais e econômicos e políticas de desenvolvimento social”, realizado como parte da Segunda Cúpula para o Desenvolvimento Social, que ocorre até 6 de novembro, na capital do Catar.

No evento, o titular do MDS abordou medidas tomadas à frente de sua gestão, como a modernização do Cadastro Único, que identifica e caracteriza as famílias brasileiras de baixa renda, e a implementação de políticas de segurança alimentar e nutricional, que contribuíram para a retirada do Brasil do Mapa da Fome da ONU, anunciada em julho deste ano.

Também foram destacados a Política Nacional de Cuidado e Família, que virou lei, o redesenho do Programa Bolsa Família e a implementação do Programa Acredita no Primeiro Passo.

Para ilustrar a importância do aspecto social para o crescimento econômico, além das políticas públicas, o ministro lembrou da trajetória da brasileira Patrícia Santos que, graças a iniciativas como o Cadastro Único, Bolsa Família e Programa Acredita no Primeiro Passo, superou dificuldades financeiras e se tornou empresária e dona de um salão de beleza.

“O social não pode ser tratado como um peso em nenhum país do mundo, ou como caridade, é parte estratégica do desenvolvimento econômico”, afirmou. Em seguida, Dias falou sobre a importância do trabalho conjunto. “O Brasil não quer melhorar economicamente e socialmente sozinho, quer dar as mãos, aprender com outros países, fazer parcerias para que possamos crescer juntos”, prosseguiu.

“Queremos estar juntos”

O ministro, que também é copresidente da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, reforçou que o combate à miséria é uma causa global.

“Enquanto houver alguém passando fome ou na pobreza, em qualquer lugar do mundo, isso também é problema do Brasil e queremos estar juntos para vencer”, finalizou Wellington Dias, que também é copresidente da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, iniciativa do Governo do Brasil para que os países atinjam as metas pactuadas nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.

Após a apresentação do ministro, o evento contou com dois painéis. Representantes da pasta detalharam ações que levaram a resultados positivos no desenvolvimento social do Brasil.

Modernização do Cadastro Único melhora focalização das políticas

Foto: Roberta Aline / MDS

Lançado em março de 2025, o novo Cadastro Único trouxe inovações que permitiram maior integração com outros registros administrativos, impactando diretamente a qualidade dos dados e a efetividade das políticas sociais.

“Lançamos uma nova plataforma, integrando com vários dados. Agora, todo mês atualizamos os dados de 40 milhões de famílias e isso possibilita melhor desempenho, por exemplo, para o Bolsa Família”, explicou o secretário nacional de Avaliação, Gestão da Informação e Cadastro Único, Rafael Osorio.

Bolsa Família continua sendo eixo central no combate à pobreza

A secretária de Renda de Cidadania, Eliane Aquino, destacou a relevância histórica do Bolsa Família, que completa 22 anos e atende quase 19 milhões de famílias, ou cerca de 50 milhões de pessoas.

“É um programa que nasceu da obsessão do presidente Lula para diminuir a pobreza e a fome. Ele tem um papel fundamental, sobretudo na infância”, afirmou.

Relançado em 2023, o programa passou a considerar o tamanho e as características familiares, priorizando crianças e jovens. Além da transferência de renda, ele integra políticas públicas de saúde, educação e assistência social e garante uma transição segura para o mercado de trabalho, mantendo parte do benefício por 12 meses após o aumento da renda familiar.

Brasil sai novamente do Mapa da Fome da ONU

A secretária nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, Lilian Rahal, celebrou o resultado que colocou o Brasil novamente fora do Mapa da Fome, com menos de 2,5% da população em subalimentação.

“Sair e permanecer fora do Mapa da Fome depende de um conjunto permanente de políticas públicas robustas e coordenadas, com ampla participação social e ambiente democrático”, destacou.

Inclusão socioeconômica e oportunidades de trabalho

Outro tema abordado foi o Programa Acredita no Primeiro Passo, voltado para a inclusão produtiva e o empreendedorismo de famílias de baixa renda.

“O Acredita nasce com a convicção de que as pessoas não precisam de assistencialismo permanente, elas precisam de oportunidade. Quando estas chegam, as transformações acontecem”, afirmou o secretário de Inclusão Socioeconômica, Luiz Carlos Everton.

A presidente do Ipea, Luciana Servo, apresentou dados que reforçam os avanços sociais:

“A extrema pobreza caiu de cerca de 7% em 2019 para 3% em 2024. Tivemos em 2021 uma taxa de desemprego de mais de 14% e, no primeiro trimestre de 2025, menos de 6%”, pontuou.

Política Nacional de Cuidados vira lei e valoriza o ato de cuidar

A Política Nacional de Cuidados e Família, que se tornou lei, reconhece o ato de cuidar como trabalho e o direito de ser cuidado como princípio civilizatório, criando redes de apoio a famílias, idosos e pessoas com deficiência. Uma das ações em andamento são as “cuidotecas”, espaços voltados para atividades de apoio e acolhimento.

Compromisso global com o desenvolvimento social

A delegação brasileira, liderada por Wellington Dias, participa da Cúpula em um momento de crescentes tensões geopolíticas e aumento das desigualdades. O encontro reúne líderes mundiais que adotaram, nesta terça-feira, a Declaração Política de Doha, reafirmando o compromisso global com a construção de sociedades mais justas, inclusivas e sustentáveis.

cidadeverde

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