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28% das cidades do Piauí não conseguirão fechar as contas em 2025, diz pesquisa

A Confederação Nacional de Municípios divulgou, nesta segunda-feira (15), o diagnóstico anual sobre a situação fiscal das prefeituras brasileiras. No Piauí, 121 municípios responderam ao levantamento, o equivalente a 54% das cidades do estado. Os dados mostram dificuldades significativas no equilíbrio orçamentário, no pagamento de fornecedores e na projeção para o próximo exercício.

O ponto mais crítico do diagnóstico é que 28% das cidades piauienses afirmam que não conseguirão fechar as contas de 2025. Entre os municípios ouvidos, 34 prefeituras projetam déficit ao final do exercício. Além disso, 40% dos gestores relatam atraso no pagamento de fornecedores, um indicador que pressiona a gestão fiscal e afeta a continuidade de serviços locais.

O levantamento mostra ainda que 34% das prefeituras do estado devem deixar restos a pagar a descoberto para 2026, sem fonte de recurso definida para quitação. Por outro lado, 60% dizem que conseguirão encerrar o ano sem pendências desse tipo.

Quanto à folha de pagamento; 98% afirmam que o salário está em dia e 92% dizem que o pagamento de dezembro será honrado dentro do prazo. Apenas 2% relatam atraso salarial e 5% admitem a possibilidade de atraso na folha de dezembro.

A pesquisa também mapeia as expectativas dos gestores municipais para 2026. No Piauí, 45% consideram que o próximo ano terá cenário econômico bom, 5% classificam como muito bom e 17% avaliam como indiferente. Por outro lado, 10% acreditam que será muito ruim e 17% projetam desempenho ruim. O conjunto das respostas indica divisão de percepções, com leve tendência positiva.

Cenário Nacional

O diagnóstico nacional aponta que 1% adicional do Fundo de Participação dos Municípios será decisivo para o pagamento do décimo terceiro salário, já que 94,7% das prefeituras brasileiras afirmam que o repasse extra garantirá o cumprimento dessa obrigação. No país, 98% também confirmam que a folha está atualizada.

Segundo o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, apesar do cenário de aperto orçamentário, os gestores concluem o ano com maior controle das despesas. O dirigente avalia que 2026 tende a manter pressões fiscais.

“Os dados revelam que, apesar das dificuldades relatadas pelos gestores, as prefeituras chegam ao fim do ano com maior controle fiscal. Porém, acreditamos que o ano de 2026 trará desafios significativos, que podem ser acentuados com o cenário político-eleitoral, na medida em que podem ser aprovadas pautas-bombas com custos insustentáveis para as finanças municipais”, avaliou.

O levantamento integra o ciclo anual de monitoramento da gestão fiscal realizado pela CNM e mostra que, no Piauí, embora a maior parte das cidades consiga manter salários em dia e fechar as contas, cresce o grupo de municípios que enfrenta restrições para honrar compromissos básicos e que já admite não conseguir encerrar 2025 no equilíbrio orçamentário.

Com informações CNM

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