Desmatamento ilegal é identificado às margens do riacho Itararé em Teresina

Uma denúncia sobre crime ambiental às margens do riacho Itararé, no bairro Recanto das Palmeiras, zona Sudeste de Teresina, motivou a fiscalização de equipes da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) nesta quarta-feira (3).
A denúncia é de que uma Área de Preservação Permanente (APP) está sofrendo desmatamento ilegal foi encaminhada ao Ministério Público do Estado que acionou a Semarh. Nenhum responsável foi encontrado no local.
Na margem esquerda do riacho, fiscais constataram trechos totalmente desmatados. Na margem direita, foram encontrados sinais de queima parcial e supressão de vegetação nativa. Entre as espécies atingidas estão babaçu, ipê, angico-branco, tucã, jatobá e imbaúba. A área está em fase de mensuração para definir a extensão do dano ambiental.
De acordo com a análise preliminar, as irregularidades podem ser enquadradas como desmatamento dentro de APP, ausência de licença ambiental e inserção de informações falsas em sistemas oficiais de licenciamento. Os dados coletados serão consolidados em relatório técnico que servirá de base para ações administrativas e legais.
“Assim que fomos notificados, mobilizamos nossa equipe e verificamos in loco que havia intervenção irregular dos dois lados do riacho. Agora avançamos na mensuração do dano e na elaboração dos relatórios técnicos, que vão orientar as providências cabíveis. A Semarh reforça que qualquer obra ou supressão vegetal precisa obrigatoriamente de licença ambiental”, disse Renato Nogueira, gerente de Fiscalização da Semarh.
Neste ano, outro trecho do riacho também sofreu intervenção devido a obras de infraestrutura e um protesto foi realizado às margens do BR-343, após denúncias de que a obra estaria aterrando um trecho do riacho que passa sob a rodovia, que já chegou a desmoronar com fortes chuvas.
Foto: Enviada ao Cidadeverde.com
Riacho Itararé
O riacho Itararé, que dá nome a um dos conjuntos habitacionais mais antigos de Teresina, é uma das principais sub-bacias hidrográficas da capital, abrangendo uma área de 88 km². No entanto, esse importante curso d’água enfrenta sérias ameaças devido à ação humana e à urbanização desordenada. O Itararé é um dos últimos cursos d’água não soterrados de Teresina, e sua sobrevivência depende das veredas, áreas alagadiças que recarregam o manancial e garantem sua existência.
O Riacho Itararé passou por diversas modificações desde os anos 1940, devido aos avanços urbanos. Os ambientalistas relatam que essas intervenções causam impactos ambientais, como erosão do solo, assoreamento dos canais fluviais, alagamentos e inundações.
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